O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou neste sábado (7) que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) comece a cumprir imediatamente a pena de 10 anos de prisão pela invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A prisão, que era preventiva, foi convertida em definitiva, sinalizando o trânsito em julgado da condenação — ou seja, não há mais possibilidade de recurso.
Na mesma decisão, Moraes determinou a perda do mandato da parlamentar e notificou a Câmara dos Deputados para que a Mesa Diretora declare oficialmente a extinção do seu cargo. O STF também ordenou que o Ministério da Justiça dê início ao processo de extradição da deputada, que deixou o Brasil duas semanas após a condenação e se encontra em local não revelado na Europa.
Julgamento e condenação
Carla Zambelli foi condenada em maio de 2025, por unanimidade na Primeira Turma do STF, a 10 anos de prisão, pagamento de multa de R$ 2 milhões e à inelegibilidade. Ela foi considerada autora intelectual da invasão ao sistema do CNJ, executada por Walter Delgatti Netto, também condenado no processo.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o plano da deputada incluía a inserção fraudulenta de um mandado de prisão contra o próprio Moraes, além de outras ações para manipular dados e desacreditar o Poder Judiciário. Os crimes foram classificados como parte de uma tentativa de obter vantagem política e midiática, em meio ao ambiente de ataques às instituições democráticas.
Outro processo criminal
Além da invasão ao CNJ, Zambelli responde a outro processo no STF. Ela se tornou ré por ter sacado uma arma de fogo e perseguido o jornalista Luan Araújo, durante um ato político em São Paulo às vésperas do segundo turno das eleições de 2022.
Até agora, seis ministros do STF já votaram para condená-la a 5 anos e 3 meses de prisão em regime semiaberto, mas o julgamento foi suspenso após pedido de vista do ministro Nunes Marques.
Fuga para a Europa
Desde a condenação definitiva, Carla Zambelli está foragida. Ela deixou o Brasil e fixou residência na Europa, alegando ter cidadania italiana, o que dificultaria sua extradição. Em entrevista recente, a deputada se recusou a revelar o país em que está vivendo.
Com a oficialização da ordem de prisão, Zambelli foi incluída na lista vermelha da Interpol, que pode resultar em sua prisão em território estrangeiro e eventual devolução ao Brasil, dependendo de acordos diplomáticos.
