Carolina Arruda, de 27 anos, convive há mais de uma década com uma dor descrita como “choques elétricos incessantes” no rosto.
Ela sofre de neuralgia do trigêmeo bilateral, uma versão extremamente rara da doença que acomete menos de 0,3% da população e é considerada pela medicina como a pior dor do mundo.
Após passar por seis cirurgias cerebrais, além da implantação de bombas de analgésicos e neuromoduladores, Carolina agora se prepara para um coma induzido — procedimento extremo que representa sua última esperança de alívio.
A ideia é “reiniciar” o sistema nervoso central, interrompendo temporariamente sua atividade, para tentar reduzir ou controlar a dor após o retorno da consciência.
Em relato nas redes sociais, a jovem descreveu a decisão como “cruel, mas necessária”. Segundo ela, nem remédios, nem intervenções cirúrgicas foram capazes de cessar as crises.
“Aceitar ficar inconsciente por dias parece a única chance de paz, mesmo que temporária”, declarou.
Diagnosticada aos 20 anos, Carolina passou por mais de 50 médicos e procedimentos como descompressão vascular e rizotomia.
Em 2024, sua história ganhou repercussão nacional após ela revelar que cogitava buscar o suicídio assistido na Suíça, diante da ausência de alternativas eficazes.
Com a mobilização do caso, ela passou a receber tratamento gratuito no Centro de Dor da Santa Casa de Alfenas, em Minas Gerais, onde teve acesso a terapias avançadas, como a bomba intratecal de morfina e neuromodulação.
Apesar de breves períodos de melhora, a dor retornou de forma crônica e persistente. O coma induzido está previsto para as próximas semanas.
O procedimento envolve entubação, sedação profunda e internação em UTI, além de riscos como infecções e trombose. Carolina, no entanto, vê o risco como necessário. “Se não funcionar, ainda tenho a bomba de analgésicos. Mas preciso tentar tudo”, disse.
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