Mais de 150 empresas multinacionais comunicaram demissões em massa ao longo deste mês de junho, superando os desligamentos registrados em maio. A movimentação foi revelada pelo site Newsweek com base em registros do WARNTracker.com, que monitora os comunicados oficiais emitidos por companhias de grande porte.
Especialistas explicam que os cortes não estão diretamente ligados a uma crise econômica, mas sim a estratégias de redução de custos e reestruturação para manter ou ampliar a rentabilidade. “Estamos assistindo a empresas e instituições usarem o termo ‘reestruturação’ como código para cortar pessoas e despesas”, afirmou o consultor de recursos humanos Bryan Driscoll.
O instrutor de educação financeira Alex Beene observa que as demissões vêm de diferentes frentes. Segundo ele, entidades públicas passaram por mudanças com a chegada de novas administrações, enquanto seguradoras de saúde enfrentam aumento de gastos e queda nas receitas, o que tem levado à eliminação de cargos para equilibrar o orçamento.
Apesar disso, analistas apontam que a economia global segue em crescimento, com setores de serviços superando áreas industriais em remuneração e número de vagas. “Hoje, motoristas e farmacêuticos ganham mais do que operários da indústria tradicional. Os ricos estão ficando mais ricos, e os pobres também estão ganhando mais, mas em velocidades diferentes”, explicou James Hohman, diretor do Centro Mackinac de Políticas Públicas.
Entre as gigantes que comunicaram demissões estão Pfizer, FedEx, Chevron, Whirlpool, Walmart, McDonald’s, Rite Aid, CVS, JP Morgan Chase, Oracle, 23andMe, Sodexo e Air Wisconsin, entre outras. Os cortes afetam setores como saúde, transporte, alimentação, tecnologia, varejo, farmacêutico e manufatura.
A lista ainda inclui centros médicos, instituições de ensino, redes de hotelaria, empresas de logística e até organizações sem fins lucrativos. Em muitos casos, as demissões envolvem centenas de funcionários e o fechamento de unidades inteiras.
A expectativa, segundo especialistas, é que essa onda de desligamentos continue nos próximos meses, como parte de uma reorganização global das corporações diante de novos desafios financeiros, administrativos e estratégicos.
