O governo de Portugal vai obrigar 5.386 brasileiros a deixarem o país nos próximos dias. Eles estão entre os 33.983 imigrantes que tiveram pedidos de residência negados e estão sendo notificados a sair de forma voluntária — ou serão expulsos à força, se necessário.
O anúncio foi feito nesta semana pelo ministro da Presidência do Conselho de Ministros, António Leitão Amaro, durante uma coletiva de imprensa sobre o Plano de Ação para as Migrações.
Segundo ele, o número de indeferimentos quase dobrou em pouco mais de um mês, saltando de 18 mil para quase 34 mil casos.
Brasileiros lideram a lista de expulsões nas Américas
Entre os imigrantes que mais serão afetados estão cidadãos da Ásia, como indianos, bangladeshianos e nepaleses. No entanto, os brasileiros aparecem como o segundo grupo mais numeroso, com 5.386 pessoas notificadas.
Eles estão à frente de venezuelanos (234), colombianos (236) e argentinos (180), reforçando a preocupação entre a comunidade brasileira residente em Portugal.
Notificações aceleradas
A Agência para a Integração, Migrações e Asilo (Aima) está emitindo cerca de 2.000 notificações por dia. O processo, segundo o governo, é “semiautomático” e ganhou ritmo na última semana.
Em muitos casos, os brasileiros já receberam comunicações oficiais para deixar o país. O ministro afirmou que cerca de mil notificações de abandono voluntário já foram emitidas.
Se não cumprirem a ordem, os imigrantes poderão ser removidos de forma coercitiva pelas autoridades, após um novo procedimento legal.
Quase 1 em cada 5 pedidos é negado
A medida atinge imigrantes que estavam no antigo sistema de “manifestação de interesse”. Dos 184.059 pedidos avaliados, 150.076 foram aprovados e 33.983 negados — uma taxa de rejeição de 18,5%.
A decisão causou preocupação na comunidade brasileira em Portugal, especialmente entre aqueles que aguardavam regularização há meses ou até anos.
O governo português afirma que o objetivo é “ordenar o sistema migratório” e acelerar a resposta a milhares de processos parados.
